segunda-feira, 31 de março de 2008

MALÁSIA, BAHREIN E UM BICHO PAPÃO CHAMADO BMW



A Ferrari se recuperou na Malásia. Ok, Raikkonen se recuperou na Malásia. Massa errou feio novamente e esgota rapidamente a paciência e a gratidão da Ferrari por seu trabalho em prol de Schumaker.

A corrida, mais uma vez teve fortes emoções e disputas por posição que não se viam há muitos anos (um bom exemplo) , a grande polêmica do GP da Malásia todavia foi o perigoso bloqueio feito pro Hamilton e Kovalainen, que impediram Alonso e Heidefeld de fazer tempo nas duas últimas voltas da qualificação. A punição de cinco posições no grid foi imediata, mas a FIA pretende mudar as regras dos treinos, criando um limite de tempo para o retorno aos boxes. Provavelmente a volta de retorno não poderá ser mais lenta que 1,2 vezes a volta mais rápida.

A perigosa brincadeira das McLarens mostra que as feridas do episódio Alonso ainda não estão cicatrizadas. Ou talvez aponte para outro problema: BMW. A fábrica bávara é a grande surpresa do campeonato. Muitos esperavam a BMW como a terceira força, mas ela veio como uma terceira força extremamente poderosa.

Velozes e regulares, com pilotos excelentes e agressivos, os carros da BMW estão complicando um campeonato que já nasceu com mais variáveis do que o habitual. A BMW espera repetir o desempenho em Bahrein, mas está preocupada com os fortes ventos do circuito, pois, segundo Mario Thiesen, seus carros são muito sensíveis.

Mas qual o segredo da BMW? As melhorias feitas após os testes de inverno forma muitas, sendo as principais relacionadas com a tripla asa dianteira, um a peça extremamente sofisticada. Certamente vem mais coisa por aí. Os resultados iniciais do carro foram medíocres nos testes, mas o trabalho de engenharia foi intenso e revelou um carro que é muito sensível a pequenas modificações e ajustes, permitindo uma evolução muito rápida.

Vem muita coisa nova por aí e Mario Thiessen promete, para terror de Ferrari e McLaren, grandes novidades a aprtir do GP de Barcelona. A BMW testou extensivamente no inverno "calotas"aerodinâmicas apra as rodas, que ainda não apareceram na pista. Dinheiro e competência não falta aos alemães

(imagens de F1 Tech)

domingo, 16 de março de 2008

Poderíamos Ter Ido Mais Rápido...

A frase de Hamilton, dizendo que não está preocupado com a Ferrari, pois teria controlado o seu ritmo, resume bem o desempenho da McLaren na Austrália.

Hamilton liderou de ponta a ponta, sem se preocupar com os adversários e, se não fossem as bandeiras amarelas, teria colocado uma volta sobre todos os sobreviventes ao derby de demolição mais emocionante dos últimos tempos. Teria sido uma dobradinha se a segunda parada de Kovalainen não tivesse sido prejudicada pela última entrada do carro madrinha, estragando sua estratégia de corrida

Nelsinho Piquet, que todos queríamos ver, foi acertado logo na largada e, apesar de ter passado dez carros na saída, para sorte de Alonso - talvez de Briatore, começou a ter problemas sérios com seu carro e acabou por desistir.

A sorte de Alonso não foi pequena. Não foi pequena também sua habilidade. Claramente andou mais rápido que o carro a corrida toda e soube evitar desastres, acabando por chegar em um surpreendente quarto lugar, após devolver a ultrapassagem de Kovalainen que, inacreditavelmente, chocou-se com o mecanismo limitador de velocidade nos boxes, tendo de diminuir e deixá-lo passar a metros da bandeirada.

A mesma sorte e habilidade faltaram para a Ferrrari. Completando um final de semana desasastroso, a Ferrari fez tudo errado. Seus pilotos erraram muito, seus carros não suportaram a corrida e nem demosntraram desempenho que pudesse destacá-los mesmo no segundo grupo. Aparentemente, as BMW e Willians estavam andando mais e muito mais controláveis. De bom, só a diversão do espetacular choque entre Coultard e Massa, com o inglês subindo na roda do brasileiro e decolando com estardalhaço. Coultard culpa Massa e falou que... é intraduzível e quase impublicável... e Massa disse que ele deveria assistir ao tape na TV e parar de falar besteiras... Como sao amáveis esses pilotos.

Quem impressionou foi Barrichelo, com uma condução perfeita e um carro com um motor infinito. Nas retas, com Raikkonen atrás (ele segurou o finlandês por 19 voltas...), era nítido que acelerava muito mais forte, sendo alcançado apenas a partir do meio da reta, com a Ferrari ajudada por sua excepcional aerodinâmica e, finalmente sendo muito mais lento nas freadas e curvas. Ross Braum começa a fazer sua mágica... O carro mostrou um excepcional potencial, embora a equipe ainda precise melhorar muito e Rubinho continue sendo o mais azarado piloto brasileiro da história...

Isso ficou claro quando a equipe o chamou para a segunda parada imediatamente antes do acidente de Glock. Ross Braum viu que o carro madrinha iria entrar na pista, mas não tinha alternativa, Rubinho não tinha gasolina para mais nenhuma volta, era preferível a penalidade de dez segundos, que a pane seca... O problema foi que o responsável pelo "pirulito" abaixou a placa dando ordem para Rubinho largar antes da mangueira ter sido retirada e, pior, com a luz vermelha dos boxes acesa. Se o homem do pirulito é um idiota criativo, ou se recebeu ordens, provavelmente nunca saberemos, o fato é que a sinalização equivocada custou o pódium e a corrida para Rubinho, que foi desclassificado, e três mecânicos no atendimento médico.

BMW e Willians deram um show a parte, andando muito forte, apresentando carros extremamente equilibrados e pilotos muito rápidos. A Toyota também demonstrou uma enorme evolução, deixando claro que a vida será muito difícil atrás da McLaren e que mesmo as flechas prateadas poderão ser ameaçadas em breve.

Começou o circo. A corrida da Austrália foi o pesadelo que previmos e demonstrou que este campeonato será o mais emocionante dos últimos tempos... Agora, é torcer para chover na Malásia!

sábado, 15 de março de 2008

Treinos na Austália: e la nave va...

Australian Grand Prix starting grid

1. HAMILTON McLaren
2. KUBICA BMW

3. KOVALAINEN McLaren

4. MASSA Ferrari

5. HEIDFELD BMW

6. TRULLI Toyota

7. ROSBERG Williams

8. COULTHARD Red Bull

9. VETTEL Toro Rosso

10. BARRICHELLO Honda

11. ALONSO Renault

12. BUTTON Honda

13. NAKAJIMA Williams

14. WEBBER Red Bull

15. RAIKKONEN Ferrari

16. FISCHELLA Force India

17. BOURDAIS Toro Rosso

18. SUTIL Force India
19. GLOCK Toyota*

20. SATO Super Aguri

21. PIQUET Renault
22. DAVIDSON Super Aguri

* penalizado em 5 posições por reparar o câmbio e cinco por bloquear a pista.

A temporada começou como prevíamos: surpreendente!

A favorita Ferrari dominou até a metade da Q2, quando Hamilton deu uma volta assustadoramente rápida, mostrando o quanto tinha de carro.

Quando começou a Q3, com os carros em condição de corrida, a surpresa: as BMW estavam andando muito!

Hamilton sofreu para conseguir se classificar a frente de Kubika.

Massa saiu-se muito bem, mas claramente não era páreo para os dois primeiros e contou com um pouco de sorte para se classificar à frente de Heidfeld.

As Toyotas finalmente começaram a andar bem Glok se não tivesse sido penalizado pela quebra do câmbio e pelo consequente bloqueio da pista, teria tido uma boa classificação. Da mesma forma, as Hondas começaram bem a temporada...

A Renault, por outro lado, parece que vai ser a punição imposta pela associação dos construtores à atitude rebelde de Alonso denunciando os patroes. Seu 11 lugar pareceu um prêmio comparado ao 21 de Piquet, que foi muito mal na Q1 e não pôde avançar na classificação. É bom lembrar, porém que, não tendo participado da Q3, Piquet pode começar a corrida com a quantidade de combustível que desejar, portanto é possível que parta para alguma estratégia original de reabastecimento.

Aguardemos a prova!

Elder

terça-feira, 4 de março de 2008

A VIDA SEXUAL DOS CANGURUS





O grande prêmio de Melbourne sempre foi uma prova estranha. Longas retas, uma curva que parece uma reta, freadas violentíssimas e quase nenhuma possibilidade de ultrapassagem. É um circuito de rua onde os carros vão a velocidades de mais de 270 km/h apenas para terem de frear e entrar em curvas a 60 Km/h.


O que era uma grande oportunidade para utilizar o recurso do "picture in picture" (Viram? Ele serve para alguma coisa...) e assistir o Animal Planet falando sobre a vida sexual dos cangurus, enquanto se observava no quadrinho menor qual carro iria quebrar primeiro, pode se tornar finalmente algo divertido de ver.


Nelsinho Piquet disse em entrevista que o grande problema este ano, como já adiantei aqui, "será a falta de controle eletrônico sobre o freio motor", muito mais que a falta de controle de tração, mas que a falta deste será importantíssima nas acelerações fortes em segunda marcha, momento em que o controle de tração funcionava mais intensamente. Heidefeld disse que o fim do controle de tração nos moldes antigos provocou como principal conseqüência um aumento decisivo na importância do piloto sobre o consumo de pneus, especialmente com alta temperatura...


Ou seja: adeus programas eróticos sobre cangurus... O GP da Austrália deve ser surpreendente. Se chover, será um retrato do caos.
Todos esperam que as largadas sejam especialmente confusas este ano, na Austrália, logo após a largada, haverá uma freada, uma chicane e uma enorme reta, seguida de uma violentíssima freada. Tudo isto com pilotos e pneus frios... Todas as dificuldades que os novos carros podem apresentar para o controle de aceleração e frenagem serão testadas ao máximo, e muita gente começará a fritar o câmbio já na primeira prova.


Esperem surpresas e, especialmente, bons resultados de pilotos capazes de poupar os carros, ou de serem arrojados na hora certa.