sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Quais os Favoritos Para a Próxima Temporada?

Esta é a pergunta de um milhão de dólares... Ou melhor, de 200 milhões de dólares, que é o que vale o título...
A resposta óbvia é, neste momento: McLaren e Ferrari.

Ambas são mais estruturadas do que todas as demais, possuem muito mais dinheiro, começam partindo de carros melhores, tem demonstrado altíssima confiabilidade nos últimos anos e tem os melhores estrategistas.

Neste ano as caixas de câmbio terão de durar quatro corridas. Além disso, os dez carros com melhor classificação nos dois primeiros treinos, disputam a última etapa dos treinos (a que define as 10 primeiras posições no grid) com o tanque lacrado. Ou seja: a partir do início da última e decisiva seçao de treinos, não podem colocar, ou tirar combustível do carro, o que aproxima as condições de treino dos dez primeiros do grid, das condições de pista...

Outra novidade é que não há mais limite na quilometragem total de treinos dos pilotos de teste, havendo apenas um limite de 350 km por dia, o que terá dois efeitos: permitirá às equipes mais ricas (McLaren, Ferrari, Renault, Williams, BMW e as gigantes japonesas) treinarem sem parar e formará novos pilotos com enorme experiência em acerto de carros.



A pergunta que segue é: fora McLaren e Ferrari, quem aparece com chances? Nico Rosberg, em entrevista ao site da FIA disse que espera uma disputa muito acirrada entre Williams, Renault e Red Bull, tendo certeza de que a BMW pode aparecer no meio deste grupo para atrapalhar a festa.

A BMW, na verdade é a grande desconhecida deste grupo: ninguém sabe como ela está andando e quão confiáveis serão os seus carros...



Para Alons
o, os favoritos são Kimi Haikkonen, e, com um pouco menos de chances Hamilton, Heikki Kovalaen e Felipe Massa. Segundo o asturiano, a experiência de Kimi e a estrutura da Ferrari o colocam muito à frente dos rivais.



Outro que arriscou palpites, foi Niki Lauda, que disse que a Ferrari está claramente na frente das outras equipes. Ele disse para o jornal austríaco Kronen Zeitung que a Ferrari está entre 0,5 e 0,8 segundos por volta mais rápida que qualquer outra equipe com os carros em condições de corrida e que a McLaren ainda não conseguiu tirar essa diferença. Lauda disse também que Melbourne é um circuito muito atípico, como Monaco, e que só será possível ter uma ideia da condição real das equipes após a segunda corrida, na Malásia.


Pat Symons, da Renault concorda com o austríaco, dizendo que a briga será - ao menos no início da temporada - para saber qual é a segunda melhor equipe... Sam Michael da Williams discorda:para ele, a Ferrari vem primeiro, logo depois a McLaren e, em seguida, BMW, Red Bull, Renault e Willians brigando...



Felipe Massa discorda da maioria. Diz que "considerando não apenas os tempos, mas o histórico de regularidade, a McLaren ainda está a frente dos outros". Confirmando essas palavras, a tranqüilidade na McLaren beira o irritante. Foram extremamente rápidos na Espanha, a ponto de gerar algumas acusações de que teriam informações privilegiadas sobre o sistema unificado de controle eletrônico. Além disso, Hamilton, normalmente moderado nos comentár
ios, falou que os testes forma muito tranquilos e
que o carro é mais potente, tem mais aderência, é mais confiável e
fácil de guiar que o anterior - e além disso, que evoluiu enormemente
desde o início de Janeiro.



Tanto ele como Alonso dizem que foi muito fácil se adaptar ao carro com controles eletrônicos minimizados, "pois correram toda sua vida assim. Alonso disse que levou "oito voltas" para se adaptar à falta de controle de tração e "nove", para se acostumar aos freios. Disse porém que tem treinado largadas sem parar e que esta é a maior dificuldade...



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

POR QUE O REGULAMENTO MUDA TANTO?

A cada ano que passa, os regulamentos da Fórmula 1 são alterados, limitando o potencial dos carros. Sempre que isso acontece, o desempenho dos carros sofre uma pequena queda (às vezes nenhuma) e depois volta a subir, até ser novamente limitado.


Imaginem um Fórmula 1 com turbo e cilindrada ilimitada (como o Porsche 917/30 da foto, de 1300 HP), asas móveis controladas por computador, sistemas motorizados de pressão negativa (aspiração - vejam imagem do Brabham BT47B), efeito solo (vejam esq

uema da Lotus 79 abaixo), suspensão ativa, turbo comprimido e utilizando combustível livre?



O potencial de desempenho de superfícies aerodinâmicas móveis controladas por computador só foi explorado nos caças modernos, mas pode ser imaginado. Se combinado com sistemas de efeito solo, pressão negativa e suspensão ativa, poderia gerar acelerações laterais de mais de 8g, o que levaria os pilotos a usarem trajes capazes de controlar o fluxo de sangue, como os astronautas. Além disso, eles teriam de tomar anfetaminas e outros medicamentos para aumentar o reflexo (seria uma novidade? Mais sobre isso em um próximo artigo).


O aumento da velocidade nas curvas seria extremo e médias de mais de 300 km/h seriam possíveis em vários circuitos. A combinação desses fatores tornaria as ultrapassagens impossíveis, os custos absurdos e os acidentes constantes e catastróficos. Os carros estariam muito acima da capacidade humana de pilotar.

A política de restrições da FIA foi criada para impedir esse cenário. Toda vez que uma tecnologia atinge um platô de desenvolvimento, ou um alto nível de risco, é limitada por um regulamento que procura dirigir todo esforço de desenvolvimento tecnológico para uma área pequena. Isso potencializa a F1 como instrumento de pesquisa, acelera a evolução e barateia os custos. Foi essa política que trouxe de volta à categoria as grandes montadoras. Hoje o foco do desenvolvimento é a confiabilidade, mas o regulamento do ano que vem aponta para um novo alvo: eficiência energética.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A FÓRMULA 1 SEM CONTROLES - Ou: a Microsoft chega às pistas.


A imprensa brasileira tem falado que a principal novidade da F1 para 2008 é o fim dos controles eletrônicos, certo? Errado: é o SECU, essa coisinha aí ao lado:


SECU é a sigla para Standardised Electronic Control Unit, um sistema eletrônico criado pela Microsoft e pela Mclaren Electronic Systems (MES). Ele padroniza os controles eletrônicos dos carros (e não os elimina, como a imprensa tem dito), diminuindo muito sua importância.

O sistema controla o gerenciamento do motor, acelerador, embreagem, caixa de marchas, diferencial, alem de captar dados e transmití-los por telemetria, usando mais do que os 100 (isso mesmo 100) canais de dados que a fórmula 1 utiliza atualmente. Além disso, regula a distribuição da corrente elétrica gerada pelo alternador, controlando toda a alta tensão e o controle da injeção direta...

A grande novidade, então, não é o fim dos controles, mas sua uniformização, o que reduz violentamente o custo da categoria. Com essas mudanças, os carros mudam muito, especialmente os das equipes de ponta.

A fim de aumentar a importância dos pilotos e aumentar as possibilidades de ultrapassagens, o auxílio eletrônico foi muito reduzido, o que deve tornar a coisa mais divertida.

Nos primeiros testes em Barcelona, a principal dificuldade ficou por conta da dificuldade de evitar o travamento dos freios traseiros e a necessidade de dosar mais o acelerador na saída das curvas.

No momento, quem está voando na pista é a ... Mclaren, virando meio segundo na frente dos outros...