quarta-feira, 28 de maio de 2008

O QUE ACONTECE COM A RENAULT?

Todos se perguntam o que está havendo com a Renault...
Uma equipe com técnicos experientes e talentosos, grandes pilotos, orçamento enorme e que tem tido de brigar muito para ficar entre os 10 primeiros...

A resposta parece começar a surgir. Segundo o jornal espanhol Diario AS, o carro atual foi projetado com base em um sistema de suspensão que teve de ser descartado após as acusações da McLaren de que teria sido espionada. A defesa da Renault na época foi de que os desenhos encontrados com seus técnicos seriam incompletos e não permitiriam o entendimento do funcionamento do sistema. A verdade porém é que por medo de ter a mesma sorte da McLaren no ano passado, toda a nova suspensão teve sua utilização adiada, com graves prejuízos para o desempenho do carro.

Começou então o trabalho de reprojetar o carro de modo a garantir que as regras de copyright da FIA não fossem violadas. Dizem que Nelsinho vem testando novos componentes em sigilo todo o tempo (o que talvez explique seu desempenho, pois poderia estar correndo com carros montados apenas para testar determinadas peças.

Parece que o trabalho está perto de ser concluído e que em Silverstone a Renault estreará uma versão do R28 profundamente modificada, especialmente na suspensão e na asa dianteira (todas as equipes estão modificando as asas dianteiras a fim de aumentar a pressão aerodinâmica).

segunda-feira, 26 de maio de 2008

MONACO - o CAMPEONATO COMEÇA A VIRAR...

Os treinos mostravam o contrário da lógica: Todos dizem que Mônaco é a pista onde menos as máquinas importam e vimos um grid organizado por equipes, em ordem de estágio técnico atual: Ferrari na primeira fila, Mclaren na segunda, BMW e Willians dividindo a terceira... Mais para trás Alonso fez sua mágica e conseguiu colocar o Renault indirigível em sétimo, na frente da dupla da Red Bull, cada vez melhor...

Na corrida, todos esperavam uma supremacia da Ferrari, com liderança de ponta a ponta. Mônaco porém é Mônaco e, como dizia Fangio, carreras son carreras... A previsão de chuva se confirmou e a Ferrari fez todo tipo de idiotice possível e os deuses da pista neste ano abençoaram Hamilton.

Logo no começo da prova, o inglês perdeu um pneu traseiro e teve de ir aos boxes. Aproveitou a parada para colocar pneus para pista intermediária e começar uma recuperação fantástica.

Enquanto isso, a Ferrari errava, errava, errava... Logo antes da prova a Ferrari não conseguiu colocar os pneus no carro de Kimi a tempo de evitar ser punida com um pit stop; na largada, Kimmi logo na segunda curva deixou Hamilton passar de maneira ingênua, logo em seguida, foi a vez de Massa errar a curva um e perder a liderança... Em seguida, Kimi errou na mesma curva e perdeu a asa dianteira, sendo forçado a um pit stop antecipado...

O pior, porém foi apostar tudo na volta da chuva, enchendo o tanque de seus dois carros completamente na primeira parada e colocando neles pneus para chuva. A chuva nunca veio e as chances da scuderia foram embora em uma aposta arriscada e desnecessária para quem estava andando bem mais que os outros na pista e com a liderança do campeonato. Em conseqüência, além de terem andado muito mal, ambos os carros da Ferrari foram forçados a um pit stop extra para colocar pneus para pista seca, tirando o segundo lugar de Massa.

Quem se aproveitou disso tudo foi a BMW que, confirmando nossa previsão, conseguiu colocar o carro de Kubika em segundo lugar, numa corrida perfeita.

Kimi ainda teve tempo para uma sensacional barbeiragem acabando com a corrida brilhante de Sutil e dando a única alegria do dia para Massa...

Enquanto isso, após sua batida, Hamilton fez uma corrida brilhante, andando um segundo por volta mais rápido que Massa e Kubika durante toda a prova. Ao final, ganhou elogios de Stewart e Ron Denis, que previram um novo Rei de Mônaco...

O resultado de todo esse imbroglio é que o campeonato agora é liderado por Hamilton, seguido de Kimi e de Massa, que vai grudado no Finlandês.

A próxima corrida é no Canadá, pista feita na medida das McLarens... Se o carro evoluir mais um pouquinho na aerodinâmica, ou as BMWs melhorarem um pouco o motor, o campeonato vai virar uma briga de foice.

Na outra ponta do grid, o final de semana foi fatal para Nelsinho. Classificou muito mal a sua Reanult e fez uma corrida péssima. Há duas possibilidades: seu carro é ainda pior que o de Alonso, ou ele realmente não se adaptou... O problema é que embora seja quase certo que no atual desespero da Renault para sobreviver os dois carros são muito diferentes, o desempenho de Nelsinho tem sido tão ruim que as portas da F1 começam a se fechar para ele, que precisará de um ótimo desempenho para reverter as coisas, o que não parece provável.

O desempenho da Red Bull e da Toro Rosso pode ser um terrível aviso para Renault e Toyota: até quando os executivos destas enormes empresas aguentarão gastar centenas de milhões de dólares para verem seus times derrotados por equipes paupérrimas? Cabeças irão rolar, a de Nelsinho é a que parece um primeiro alvo mais claro, mas a coisa não vai parar por aí...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Espanha e Turquia

Espanha e Turquia mudaram o ritmo do campeonato.

Na Espanha, a grande novidade foi a Renault ter deixado de ser uma equipe do terceiro grupo, para voltar ao segundo, tendo mesmo quase conseguido a pole position em uma volta brilhante de Alonso com o carro muito leve. Houve rumores de que a Renault teria algum novo sistema de amortecedores que seria o responsável por essa diferença. É possível por duas razões:

A primeira é que em 2005 e 2006 a Renault obteve grande vantagem sobre os competidores com os chamados amortecedores de massa.

O engenhoso dispositivo baseava-se em uma idéia simples: a suspensão de um F1 é tão dura, que os pneus acabam agindo como molas, porque são mais macios que todo o resto, mas nada amortece essa mola. Com base nesta idéia, foram colocados em cada extremidade do carro um cilindro cheios de óleo, com um êmbolo dentro de cerca de dez quilos. Assim, as oscilações geradas pela flexibilidade dos pneus era absorvida pela inércia desta massa. Tudo muito calculado e calibrado, depois de três anos de estudo, o sistema permitia uma maior estabilidade da carroceria em relação ao solo e um contato maior dos pneus com a pista (sendo essa a maior vantagem).

O dispositivo veio a ser banido por pressão da Ferrari (que embora tenha tentado usar algo semelhante, nunca conseguiu os resultados da Renault) em uma decisão tremendamente poêmica da FIA que os considerou como "dispositivos móveis que auxiliariam a aerodinâmica" definição que se aplicada como mesmo rigor, proibiria com mais razão o uso de suspensão pelos carros e mesmo de pneus cheios de ar...

A segunda razão é o caso de espionagem entre Reanult e McLaren. No ano passado, embora poucos se lembrem, a Reanult foi acusada de ter espionado a McLaren, com base em desenho dos "amortecedores J" criados pela McLaren e encontrados em posse da Renault, que segundo boatos seriam, seja lá o que isso queira dizer, "amortecedores de inérica". A FIA ouviu diversas pessoas na época, entre elas engenheiros da Renault que disseram "não terem conseguido entender" o funcionamento dos referidos amortecedores através dos desenhos. Como a Reanault não havia aplicado nada parecido a seus carros (e como o escândalo Ferrari McLaren já estava dando problemas suficientes) a FIA decidiu arquivar o caso...

A soma da incrível experiência da Renault com amortecedores de alto desempenho e os indícios de contato com a tecnologia inovadora da McLaren, pode indicar que talvez haja alguma base nos boatos sobre novos amortecedores. Aguardemos...


A Turquia viu uma enorme evolução da McLaren e uma brilhante vitória de Massa, perfeita até nos erros. O diretor de esportes da Ferrari, Baldisserri, disse que a única falha de Massa foi não ter segurado Hamilton mais duas voltas, pois isso teria provavelmente permitido a Haikkonen conseguir o segundo lugar... Falha? Essa "falha" embolou o campeonato e colocou Massa e Hamilton novamente no páreo...

Em ambas as provas, acidentes com causas inusitadas:

Na Espanha, Kovalainen explodiu contra os pneus em um acidente expetacular, que lembrou o choque faltal de Airton Senna. Claramente uma falha mecânica. Durante a semana, a McLaren revelou a origem do problema: as rodas do carro foram pintadas com tinta fora da especificação, o que provocou vibrações que acabaram por gerar a ruptura... A Fórmula um parece estar atingindo limites complicados de sofisticação....

Na Turquia, Bruno Senna, na prova de GP2, foi detido por um cachorro! Parece que as emoções dos anos 70 estão voltando conforme prometido, porém da forma errada... O pior é que momentos após o choque, um segundo cão, este maior, entrou na pista e conseguiu escapar dos fiscais... Os organizadores da prova turca dizem que o problema é inevitável devido à enorme quantidade de cães vadios que existe na Turquia. Dizem que contavam com grande quantidade de armadilhas para pegá-los e mesmo com uma equipe de veterinários treinada, mas que o problema é imenso...

A FIA diz que estuda sanções, mas a pista é nova, fruto de um gigantesco investimento, fica em um mercado extremamente interessante para a F1 e não se deve esperar nada de radical...

Nesta semana, recomeçam os testes oficiais, agora em Paul Ricard, logo em seguida, Mônaco, uma pista que parece ter sido criada para permitir um show das BMW, ou uma surpresa de Alonso... Minha aposta? Kubica...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Buraco na Ferrari, Buraco no Grid e Nova F1

Uma semana cheia de novidades no mundo maluco da Fórmula Um...

A primeira é o buraco da Ferrari. A Autosprint já havia comentado, o que fez com que se suspeitasse que além do buraco exista um rombo, este na segurança de informações da equipe italiana: A Ferrari apresentará, provavelmente em Barcelona, um novo nariz para o carro, com um buraco... O orifício pretenderá criar um efeito de sucção sob o carro, melhorando a aderência. O novo nariz passará pelos testes de impacto da FIA provavelmente ainda hoje de modo a que possa estrear na Catalunha.

Apesar da divulgação de desenhos do novo bico na Autosprint em janeiro, os dirigentes italianos negam a falha na segurança. Dizem que apesar de poucas pessoas saberem do projeto, essas poucas pessoas são perto de cem. Dizem ainda que os desenhos da Autosprint eram incompletos e mostravam o buraco no lugar errado, mostrando que provavelmente reseberam informações incorretas e superficiais, ou seja, apenas teriam "ouvido falar"sobre a solução, o que, segundo a Ferrari, é impossível de evitar e não preocupa.

O segundo buraco é o do Grid. A Super Aguri quase certamente não estará em Barcelona. Acabou a grana. O grupo Magma, que estava finaciando a equipe, e deveria comprá-la, retirou o seu apoio. Em vista disto, eles estiveram fora dos testes desta semana e tentaram obter auxílio financeiro com a Honda, que gentilmente recusou-se. Caso a Super Aguri não participe da corrida de Barcelona, estará fora do campeonato. Com a saída da Super Aguri, o Grid terá apenas 20 carros, o que aumenta as chances da Renault (ok, é humor negro, mas ainda assim é humor, não?)...

A terceira novidade é que Max Mosley, que surpreendentemente se mantém no cargo, convocou reunião para expor a proposta da FIA para a evolução da F1 nos próximos anos.

Como muitos já sabem, no ano que vem aparece o KERS. Os que não sabem , estão perguntando o kers ke é isso? KERS é um sistema mecânico de recuperação de energia cinética. Funciona recuperando energia das desacelerações e passando essa energia para um volante (uma roda que gira muito, muito rápido) e usando essa energia depois para ajudar na aceleração. Algo parecido o princípio daqueles carrinhos de fricção que os mais velhos usavam quando eram pequenos... O KERS é também a grande ferramenta do novo marketing ecológico da F1 - a idéia é que a F1 ajude os carros comuns a se tornarem muito mais eficientes e ecologicamente corretos.

No ano que vem o KERS começa a valer, recuperando energia apenas das rodas traseiras e com grandes limitações no quanto e como essa energia pode ser reaproveitada. Mosley propôs uma regra mais liberal para 2011 e, em 2013, liberdade ampla e uma nova F1, com motores turbo pequenos, limitados a 600 HP, de modo a conter os custos e reforçar a imagem ecologicamente correta da categoria. O que todos queriam saber, porém, ele não revelou: qual é mesmo o telefone das moças?

segunda-feira, 7 de abril de 2008

ALONSO É CULPADO, OU A RENAULT É UM DESATRE?


Massa deu um show em Bahrein. Diga-se de passagem, era exatamente isso que ele precisava desesperadamente fazer. Ganhou de ponta a ponta em uma corrida sem falhas. Melhor, nos treinos colocou quase um segundo sobre Kimi, fazendo todos imaginarem que este estava com os tanques cheios... Só para descobrirem na corrida que era Massa que tinha mais combustível. O problema de Massa é que mesmo em um fim de semana péssimo, Kimi conseguiu o segundo lugar e a lideraça no mundial. Felipe não tem mais espaço para erros, terá de dar muitos shows até o final do campeonato.

Existe gente com mais problemas, porém... Hamilton decorou a asa traseira de Alonso com lindas marcas de pneus... A imprensa inglesa imediatamente alegou que o espanhol teria "brake tested" Hamilton, ou seja, freado de propósito a fim de provocar a batida. Quem viu a corrida acredita. Não apenas porque Alonso já fez isso na Hungria em 2.006 com Robert Doornbos, mas também por seu temperamento explosivo (nos boxes já o chamam de Naomi Campbel da Fórmula 1, porque precisaria urgentemente de terapia para conter a raiva...).

O problema, porém, é que a Renault liberou para a revista Autosport dados de telemetria que provariam a inocência do espanhol. Segundo a revista e a Renault, Alonso estaria com o acelerador totalmente apertado no momento do choque e não teria tocado no freio em momento algum. Ron Denis, da McLaren colocou a culpa em Hamilton. Disse que ele tentou adivinhar os movimentos de Alonso e vice-versa e o resultado foi um choque violento. Alguns analistas afirmam ainda, que a ponte inferior da asa de Hamilton teria se soltado segundos antes do choque, provocando uma aceleração do carro de Hamilton e menos dowforce, dificultando a freada.

Para surpresa geral, Alonso inocentou Hamilton, dizendo que quando um piloto com carro competitivo está atrás, sempre acaba arriscando tudo, o que é normal de uma corrida e "o McLaren é simplesmente muito mais rápido que o meu carro..." E Hamilton assumiu a culpa, dizendo que foi um idiota de estragar assim o que poderia ter sido um excelente final de semana...

Além deste excesso de gentilezas, o que está espantando os especialistas é outra coisa: Se não foi Alonso que freou, Alonso não seria perigoso, mas sim o carro da Renault seria perigosamente lento (o que explicaria os nervos do espanhol)! A diferença de velocidade dos carros no momento do choque era assustadora... Outra questão que surge é: porque a Renault que se queixa de tudo, está tão gentil e não está reclamando da violenta batida por trás? É provável que tenham problemas mais sérios, como, por exemplo, fazer o carro ser mais rápido que o da Red Bull...

Voltando a Mosley, ele disse, para surpresa geral, que não sai. O resultado foi outra reportagem bomba do News of The World, colocando mais lenha na fogueira e publicando mais algumas cenas divertidas. Mosley pretende apresentar uma defesa baseado na ilegitimidade das provas. Curioso é que, no episódio Ferrari/McLaren, quando a equipe anglo-germânica disse que as provas teriam sido obtidas ilegalmente, ele afirmou em comunicado oficial:

"The World Council's only concern is whether that list is accurate and truthful. We are not concerned with whether there are issues over how that is obtained. Unless there is evidence that it is forged or inaccurate, we will take it on its face value. We do not enter a debate about Italian law; we have neither the time nor the skills for that."

Ou seja: como as provas foram arranjadas não importa, o que importa, é se reproduzem a verdade, não temos nem o tempo nem a capacidade para entrar em um debate sobre a lei italiana (ou seja, para discutir a legitimidade das provas).

O mundo dá voltas...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

O Preço de Uma Trepada...

Mosley foi pego com a boca (?) na botija...

Para quem não sabe o que está acontecendo, Mosley deixou as pessoas erradas saberem que ele gosta de festinhas com meninas bem pagas para festejar. Parece também, que nessas festinhas ele gosta de fantasias e que andou se fantasiando de nazista e fazendo as meninas se fantasiarem de prisioneiras de campos de concentração... Embora a ideia seja extremamente original e a magreza de algumas modelos faça com que sejam perfeitas para o papel, o pessoal não viu muita graça...

As fotos ao lado são da News of The World, que, pelo que entendi, permite o uso das mesmas uma vez, desde que citando os créditos, o que estou fazendo, embora não acrdite que pertençam a eles, porque certamente não são os fotógrafos... Elas dão uma idéia da qualidade da ilustração da matéria publicada sobre Mosley e talvez seja a prieira vez que são reproduzidas no Brasil...

A repercussão foi brutal. Às vésperas do grande prêmio de Bahrein, ninguém fala de outra coisa.
Mosley tem dito nos bastidores que teria sido uma armadilha montada pela McLaren para se vingar da multa imposta...

Talvez devesse ter ficado calado, pois, como McLaren atualmente é uma divisão da Mercedes, a resposta das montadoras veio rápida: Toyota, Honda, BMW e Mercedes criticaram Mosley nos termos mais violentos, falando que foi uma atitude "desgraçante"para o esporte. A Toyota bateu ainda mais duro, dizendo que ele se esqueceu das responsabilidades do cargo e que o que fez afeta não apenas a indústria automobilística como um todo, mas muito mais que isso... A Honda pediu uma imediata decisão da FIA sobre o futuro de Mosley.

BMW e Mercedes emitiram um comunicado conjunto, dizendo que apesar de incomum elas se manifestarem conjuntamente, a situação era excepcional, dizendo que era para elas uma surpresa que o assunto estivesse sendo tratado como um problema da fórmula um, pois o problema era da FIA, uma entidade guarda chuva que representa todo o automobilismo de competição. Diziam ainda que a situação era uma desgraça e afetava a indústria automobilística e os clubes (entidades locais).

Mosley não vai ao Bahrein. Na verdade, a decisão foi reforçada por uma carta da família real do Bahrein pedindo que ele ficasse afastado do país...

Se tivesse ido ao Bahrein, teria visto a Ferrari dominar os primeiros treinos. Massa conseguiu a pole à frente de Kimi e a Willians conseguiu se enfiar entre as Ferraris e as McLarens. Amanhã, a coisa será para valer, vamos aguardar. Especialmente porque Bahrein é considerada a primeira corrida capaz de realmente avaliar as possibilidades das equipes no campeonato. A pista da Austrália é uma sucessão de retas e freadas violentas que não guarda paralelo com as outras pistas e a Malásia é tão quente e húmida que o desempenho dos carros fica alterado. Aqui sim, há uma boa reprodução do que pode ocorrer no resto do ano...

segunda-feira, 31 de março de 2008

MALÁSIA, BAHREIN E UM BICHO PAPÃO CHAMADO BMW



A Ferrari se recuperou na Malásia. Ok, Raikkonen se recuperou na Malásia. Massa errou feio novamente e esgota rapidamente a paciência e a gratidão da Ferrari por seu trabalho em prol de Schumaker.

A corrida, mais uma vez teve fortes emoções e disputas por posição que não se viam há muitos anos (um bom exemplo) , a grande polêmica do GP da Malásia todavia foi o perigoso bloqueio feito pro Hamilton e Kovalainen, que impediram Alonso e Heidefeld de fazer tempo nas duas últimas voltas da qualificação. A punição de cinco posições no grid foi imediata, mas a FIA pretende mudar as regras dos treinos, criando um limite de tempo para o retorno aos boxes. Provavelmente a volta de retorno não poderá ser mais lenta que 1,2 vezes a volta mais rápida.

A perigosa brincadeira das McLarens mostra que as feridas do episódio Alonso ainda não estão cicatrizadas. Ou talvez aponte para outro problema: BMW. A fábrica bávara é a grande surpresa do campeonato. Muitos esperavam a BMW como a terceira força, mas ela veio como uma terceira força extremamente poderosa.

Velozes e regulares, com pilotos excelentes e agressivos, os carros da BMW estão complicando um campeonato que já nasceu com mais variáveis do que o habitual. A BMW espera repetir o desempenho em Bahrein, mas está preocupada com os fortes ventos do circuito, pois, segundo Mario Thiesen, seus carros são muito sensíveis.

Mas qual o segredo da BMW? As melhorias feitas após os testes de inverno forma muitas, sendo as principais relacionadas com a tripla asa dianteira, um a peça extremamente sofisticada. Certamente vem mais coisa por aí. Os resultados iniciais do carro foram medíocres nos testes, mas o trabalho de engenharia foi intenso e revelou um carro que é muito sensível a pequenas modificações e ajustes, permitindo uma evolução muito rápida.

Vem muita coisa nova por aí e Mario Thiessen promete, para terror de Ferrari e McLaren, grandes novidades a aprtir do GP de Barcelona. A BMW testou extensivamente no inverno "calotas"aerodinâmicas apra as rodas, que ainda não apareceram na pista. Dinheiro e competência não falta aos alemães

(imagens de F1 Tech)

domingo, 16 de março de 2008

Poderíamos Ter Ido Mais Rápido...

A frase de Hamilton, dizendo que não está preocupado com a Ferrari, pois teria controlado o seu ritmo, resume bem o desempenho da McLaren na Austrália.

Hamilton liderou de ponta a ponta, sem se preocupar com os adversários e, se não fossem as bandeiras amarelas, teria colocado uma volta sobre todos os sobreviventes ao derby de demolição mais emocionante dos últimos tempos. Teria sido uma dobradinha se a segunda parada de Kovalainen não tivesse sido prejudicada pela última entrada do carro madrinha, estragando sua estratégia de corrida

Nelsinho Piquet, que todos queríamos ver, foi acertado logo na largada e, apesar de ter passado dez carros na saída, para sorte de Alonso - talvez de Briatore, começou a ter problemas sérios com seu carro e acabou por desistir.

A sorte de Alonso não foi pequena. Não foi pequena também sua habilidade. Claramente andou mais rápido que o carro a corrida toda e soube evitar desastres, acabando por chegar em um surpreendente quarto lugar, após devolver a ultrapassagem de Kovalainen que, inacreditavelmente, chocou-se com o mecanismo limitador de velocidade nos boxes, tendo de diminuir e deixá-lo passar a metros da bandeirada.

A mesma sorte e habilidade faltaram para a Ferrrari. Completando um final de semana desasastroso, a Ferrari fez tudo errado. Seus pilotos erraram muito, seus carros não suportaram a corrida e nem demosntraram desempenho que pudesse destacá-los mesmo no segundo grupo. Aparentemente, as BMW e Willians estavam andando mais e muito mais controláveis. De bom, só a diversão do espetacular choque entre Coultard e Massa, com o inglês subindo na roda do brasileiro e decolando com estardalhaço. Coultard culpa Massa e falou que... é intraduzível e quase impublicável... e Massa disse que ele deveria assistir ao tape na TV e parar de falar besteiras... Como sao amáveis esses pilotos.

Quem impressionou foi Barrichelo, com uma condução perfeita e um carro com um motor infinito. Nas retas, com Raikkonen atrás (ele segurou o finlandês por 19 voltas...), era nítido que acelerava muito mais forte, sendo alcançado apenas a partir do meio da reta, com a Ferrari ajudada por sua excepcional aerodinâmica e, finalmente sendo muito mais lento nas freadas e curvas. Ross Braum começa a fazer sua mágica... O carro mostrou um excepcional potencial, embora a equipe ainda precise melhorar muito e Rubinho continue sendo o mais azarado piloto brasileiro da história...

Isso ficou claro quando a equipe o chamou para a segunda parada imediatamente antes do acidente de Glock. Ross Braum viu que o carro madrinha iria entrar na pista, mas não tinha alternativa, Rubinho não tinha gasolina para mais nenhuma volta, era preferível a penalidade de dez segundos, que a pane seca... O problema foi que o responsável pelo "pirulito" abaixou a placa dando ordem para Rubinho largar antes da mangueira ter sido retirada e, pior, com a luz vermelha dos boxes acesa. Se o homem do pirulito é um idiota criativo, ou se recebeu ordens, provavelmente nunca saberemos, o fato é que a sinalização equivocada custou o pódium e a corrida para Rubinho, que foi desclassificado, e três mecânicos no atendimento médico.

BMW e Willians deram um show a parte, andando muito forte, apresentando carros extremamente equilibrados e pilotos muito rápidos. A Toyota também demonstrou uma enorme evolução, deixando claro que a vida será muito difícil atrás da McLaren e que mesmo as flechas prateadas poderão ser ameaçadas em breve.

Começou o circo. A corrida da Austrália foi o pesadelo que previmos e demonstrou que este campeonato será o mais emocionante dos últimos tempos... Agora, é torcer para chover na Malásia!

sábado, 15 de março de 2008

Treinos na Austália: e la nave va...

Australian Grand Prix starting grid

1. HAMILTON McLaren
2. KUBICA BMW

3. KOVALAINEN McLaren

4. MASSA Ferrari

5. HEIDFELD BMW

6. TRULLI Toyota

7. ROSBERG Williams

8. COULTHARD Red Bull

9. VETTEL Toro Rosso

10. BARRICHELLO Honda

11. ALONSO Renault

12. BUTTON Honda

13. NAKAJIMA Williams

14. WEBBER Red Bull

15. RAIKKONEN Ferrari

16. FISCHELLA Force India

17. BOURDAIS Toro Rosso

18. SUTIL Force India
19. GLOCK Toyota*

20. SATO Super Aguri

21. PIQUET Renault
22. DAVIDSON Super Aguri

* penalizado em 5 posições por reparar o câmbio e cinco por bloquear a pista.

A temporada começou como prevíamos: surpreendente!

A favorita Ferrari dominou até a metade da Q2, quando Hamilton deu uma volta assustadoramente rápida, mostrando o quanto tinha de carro.

Quando começou a Q3, com os carros em condição de corrida, a surpresa: as BMW estavam andando muito!

Hamilton sofreu para conseguir se classificar a frente de Kubika.

Massa saiu-se muito bem, mas claramente não era páreo para os dois primeiros e contou com um pouco de sorte para se classificar à frente de Heidfeld.

As Toyotas finalmente começaram a andar bem Glok se não tivesse sido penalizado pela quebra do câmbio e pelo consequente bloqueio da pista, teria tido uma boa classificação. Da mesma forma, as Hondas começaram bem a temporada...

A Renault, por outro lado, parece que vai ser a punição imposta pela associação dos construtores à atitude rebelde de Alonso denunciando os patroes. Seu 11 lugar pareceu um prêmio comparado ao 21 de Piquet, que foi muito mal na Q1 e não pôde avançar na classificação. É bom lembrar, porém que, não tendo participado da Q3, Piquet pode começar a corrida com a quantidade de combustível que desejar, portanto é possível que parta para alguma estratégia original de reabastecimento.

Aguardemos a prova!

Elder

terça-feira, 4 de março de 2008

A VIDA SEXUAL DOS CANGURUS





O grande prêmio de Melbourne sempre foi uma prova estranha. Longas retas, uma curva que parece uma reta, freadas violentíssimas e quase nenhuma possibilidade de ultrapassagem. É um circuito de rua onde os carros vão a velocidades de mais de 270 km/h apenas para terem de frear e entrar em curvas a 60 Km/h.


O que era uma grande oportunidade para utilizar o recurso do "picture in picture" (Viram? Ele serve para alguma coisa...) e assistir o Animal Planet falando sobre a vida sexual dos cangurus, enquanto se observava no quadrinho menor qual carro iria quebrar primeiro, pode se tornar finalmente algo divertido de ver.


Nelsinho Piquet disse em entrevista que o grande problema este ano, como já adiantei aqui, "será a falta de controle eletrônico sobre o freio motor", muito mais que a falta de controle de tração, mas que a falta deste será importantíssima nas acelerações fortes em segunda marcha, momento em que o controle de tração funcionava mais intensamente. Heidefeld disse que o fim do controle de tração nos moldes antigos provocou como principal conseqüência um aumento decisivo na importância do piloto sobre o consumo de pneus, especialmente com alta temperatura...


Ou seja: adeus programas eróticos sobre cangurus... O GP da Austrália deve ser surpreendente. Se chover, será um retrato do caos.
Todos esperam que as largadas sejam especialmente confusas este ano, na Austrália, logo após a largada, haverá uma freada, uma chicane e uma enorme reta, seguida de uma violentíssima freada. Tudo isto com pilotos e pneus frios... Todas as dificuldades que os novos carros podem apresentar para o controle de aceleração e frenagem serão testadas ao máximo, e muita gente começará a fritar o câmbio já na primeira prova.


Esperem surpresas e, especialmente, bons resultados de pilotos capazes de poupar os carros, ou de serem arrojados na hora certa.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Quais os Favoritos Para a Próxima Temporada?

Esta é a pergunta de um milhão de dólares... Ou melhor, de 200 milhões de dólares, que é o que vale o título...
A resposta óbvia é, neste momento: McLaren e Ferrari.

Ambas são mais estruturadas do que todas as demais, possuem muito mais dinheiro, começam partindo de carros melhores, tem demonstrado altíssima confiabilidade nos últimos anos e tem os melhores estrategistas.

Neste ano as caixas de câmbio terão de durar quatro corridas. Além disso, os dez carros com melhor classificação nos dois primeiros treinos, disputam a última etapa dos treinos (a que define as 10 primeiras posições no grid) com o tanque lacrado. Ou seja: a partir do início da última e decisiva seçao de treinos, não podem colocar, ou tirar combustível do carro, o que aproxima as condições de treino dos dez primeiros do grid, das condições de pista...

Outra novidade é que não há mais limite na quilometragem total de treinos dos pilotos de teste, havendo apenas um limite de 350 km por dia, o que terá dois efeitos: permitirá às equipes mais ricas (McLaren, Ferrari, Renault, Williams, BMW e as gigantes japonesas) treinarem sem parar e formará novos pilotos com enorme experiência em acerto de carros.



A pergunta que segue é: fora McLaren e Ferrari, quem aparece com chances? Nico Rosberg, em entrevista ao site da FIA disse que espera uma disputa muito acirrada entre Williams, Renault e Red Bull, tendo certeza de que a BMW pode aparecer no meio deste grupo para atrapalhar a festa.

A BMW, na verdade é a grande desconhecida deste grupo: ninguém sabe como ela está andando e quão confiáveis serão os seus carros...



Para Alons
o, os favoritos são Kimi Haikkonen, e, com um pouco menos de chances Hamilton, Heikki Kovalaen e Felipe Massa. Segundo o asturiano, a experiência de Kimi e a estrutura da Ferrari o colocam muito à frente dos rivais.



Outro que arriscou palpites, foi Niki Lauda, que disse que a Ferrari está claramente na frente das outras equipes. Ele disse para o jornal austríaco Kronen Zeitung que a Ferrari está entre 0,5 e 0,8 segundos por volta mais rápida que qualquer outra equipe com os carros em condições de corrida e que a McLaren ainda não conseguiu tirar essa diferença. Lauda disse também que Melbourne é um circuito muito atípico, como Monaco, e que só será possível ter uma ideia da condição real das equipes após a segunda corrida, na Malásia.


Pat Symons, da Renault concorda com o austríaco, dizendo que a briga será - ao menos no início da temporada - para saber qual é a segunda melhor equipe... Sam Michael da Williams discorda:para ele, a Ferrari vem primeiro, logo depois a McLaren e, em seguida, BMW, Red Bull, Renault e Willians brigando...



Felipe Massa discorda da maioria. Diz que "considerando não apenas os tempos, mas o histórico de regularidade, a McLaren ainda está a frente dos outros". Confirmando essas palavras, a tranqüilidade na McLaren beira o irritante. Foram extremamente rápidos na Espanha, a ponto de gerar algumas acusações de que teriam informações privilegiadas sobre o sistema unificado de controle eletrônico. Além disso, Hamilton, normalmente moderado nos comentár
ios, falou que os testes forma muito tranquilos e
que o carro é mais potente, tem mais aderência, é mais confiável e
fácil de guiar que o anterior - e além disso, que evoluiu enormemente
desde o início de Janeiro.



Tanto ele como Alonso dizem que foi muito fácil se adaptar ao carro com controles eletrônicos minimizados, "pois correram toda sua vida assim. Alonso disse que levou "oito voltas" para se adaptar à falta de controle de tração e "nove", para se acostumar aos freios. Disse porém que tem treinado largadas sem parar e que esta é a maior dificuldade...



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

POR QUE O REGULAMENTO MUDA TANTO?

A cada ano que passa, os regulamentos da Fórmula 1 são alterados, limitando o potencial dos carros. Sempre que isso acontece, o desempenho dos carros sofre uma pequena queda (às vezes nenhuma) e depois volta a subir, até ser novamente limitado.


Imaginem um Fórmula 1 com turbo e cilindrada ilimitada (como o Porsche 917/30 da foto, de 1300 HP), asas móveis controladas por computador, sistemas motorizados de pressão negativa (aspiração - vejam imagem do Brabham BT47B), efeito solo (vejam esq

uema da Lotus 79 abaixo), suspensão ativa, turbo comprimido e utilizando combustível livre?



O potencial de desempenho de superfícies aerodinâmicas móveis controladas por computador só foi explorado nos caças modernos, mas pode ser imaginado. Se combinado com sistemas de efeito solo, pressão negativa e suspensão ativa, poderia gerar acelerações laterais de mais de 8g, o que levaria os pilotos a usarem trajes capazes de controlar o fluxo de sangue, como os astronautas. Além disso, eles teriam de tomar anfetaminas e outros medicamentos para aumentar o reflexo (seria uma novidade? Mais sobre isso em um próximo artigo).


O aumento da velocidade nas curvas seria extremo e médias de mais de 300 km/h seriam possíveis em vários circuitos. A combinação desses fatores tornaria as ultrapassagens impossíveis, os custos absurdos e os acidentes constantes e catastróficos. Os carros estariam muito acima da capacidade humana de pilotar.

A política de restrições da FIA foi criada para impedir esse cenário. Toda vez que uma tecnologia atinge um platô de desenvolvimento, ou um alto nível de risco, é limitada por um regulamento que procura dirigir todo esforço de desenvolvimento tecnológico para uma área pequena. Isso potencializa a F1 como instrumento de pesquisa, acelera a evolução e barateia os custos. Foi essa política que trouxe de volta à categoria as grandes montadoras. Hoje o foco do desenvolvimento é a confiabilidade, mas o regulamento do ano que vem aponta para um novo alvo: eficiência energética.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

A FÓRMULA 1 SEM CONTROLES - Ou: a Microsoft chega às pistas.


A imprensa brasileira tem falado que a principal novidade da F1 para 2008 é o fim dos controles eletrônicos, certo? Errado: é o SECU, essa coisinha aí ao lado:


SECU é a sigla para Standardised Electronic Control Unit, um sistema eletrônico criado pela Microsoft e pela Mclaren Electronic Systems (MES). Ele padroniza os controles eletrônicos dos carros (e não os elimina, como a imprensa tem dito), diminuindo muito sua importância.

O sistema controla o gerenciamento do motor, acelerador, embreagem, caixa de marchas, diferencial, alem de captar dados e transmití-los por telemetria, usando mais do que os 100 (isso mesmo 100) canais de dados que a fórmula 1 utiliza atualmente. Além disso, regula a distribuição da corrente elétrica gerada pelo alternador, controlando toda a alta tensão e o controle da injeção direta...

A grande novidade, então, não é o fim dos controles, mas sua uniformização, o que reduz violentamente o custo da categoria. Com essas mudanças, os carros mudam muito, especialmente os das equipes de ponta.

A fim de aumentar a importância dos pilotos e aumentar as possibilidades de ultrapassagens, o auxílio eletrônico foi muito reduzido, o que deve tornar a coisa mais divertida.

Nos primeiros testes em Barcelona, a principal dificuldade ficou por conta da dificuldade de evitar o travamento dos freios traseiros e a necessidade de dosar mais o acelerador na saída das curvas.

No momento, quem está voando na pista é a ... Mclaren, virando meio segundo na frente dos outros...