sexta-feira, 18 de abril de 2008

Buraco na Ferrari, Buraco no Grid e Nova F1

Uma semana cheia de novidades no mundo maluco da Fórmula Um...

A primeira é o buraco da Ferrari. A Autosprint já havia comentado, o que fez com que se suspeitasse que além do buraco exista um rombo, este na segurança de informações da equipe italiana: A Ferrari apresentará, provavelmente em Barcelona, um novo nariz para o carro, com um buraco... O orifício pretenderá criar um efeito de sucção sob o carro, melhorando a aderência. O novo nariz passará pelos testes de impacto da FIA provavelmente ainda hoje de modo a que possa estrear na Catalunha.

Apesar da divulgação de desenhos do novo bico na Autosprint em janeiro, os dirigentes italianos negam a falha na segurança. Dizem que apesar de poucas pessoas saberem do projeto, essas poucas pessoas são perto de cem. Dizem ainda que os desenhos da Autosprint eram incompletos e mostravam o buraco no lugar errado, mostrando que provavelmente reseberam informações incorretas e superficiais, ou seja, apenas teriam "ouvido falar"sobre a solução, o que, segundo a Ferrari, é impossível de evitar e não preocupa.

O segundo buraco é o do Grid. A Super Aguri quase certamente não estará em Barcelona. Acabou a grana. O grupo Magma, que estava finaciando a equipe, e deveria comprá-la, retirou o seu apoio. Em vista disto, eles estiveram fora dos testes desta semana e tentaram obter auxílio financeiro com a Honda, que gentilmente recusou-se. Caso a Super Aguri não participe da corrida de Barcelona, estará fora do campeonato. Com a saída da Super Aguri, o Grid terá apenas 20 carros, o que aumenta as chances da Renault (ok, é humor negro, mas ainda assim é humor, não?)...

A terceira novidade é que Max Mosley, que surpreendentemente se mantém no cargo, convocou reunião para expor a proposta da FIA para a evolução da F1 nos próximos anos.

Como muitos já sabem, no ano que vem aparece o KERS. Os que não sabem , estão perguntando o kers ke é isso? KERS é um sistema mecânico de recuperação de energia cinética. Funciona recuperando energia das desacelerações e passando essa energia para um volante (uma roda que gira muito, muito rápido) e usando essa energia depois para ajudar na aceleração. Algo parecido o princípio daqueles carrinhos de fricção que os mais velhos usavam quando eram pequenos... O KERS é também a grande ferramenta do novo marketing ecológico da F1 - a idéia é que a F1 ajude os carros comuns a se tornarem muito mais eficientes e ecologicamente corretos.

No ano que vem o KERS começa a valer, recuperando energia apenas das rodas traseiras e com grandes limitações no quanto e como essa energia pode ser reaproveitada. Mosley propôs uma regra mais liberal para 2011 e, em 2013, liberdade ampla e uma nova F1, com motores turbo pequenos, limitados a 600 HP, de modo a conter os custos e reforçar a imagem ecologicamente correta da categoria. O que todos queriam saber, porém, ele não revelou: qual é mesmo o telefone das moças?

2 comentários:

Anônimo disse...

Elder,
Max Mosley é realmente polêmico (ainda mais depois de sua "sexoterapia") mas , ao mesmo tempo, tem promovido uma evolução na F1 (mais emoção aliada a novas e úteis tecnologias-ex: Kers). E a corrida de Barcelona mostra que, quando não erram, os pilotos decidem a corrida na sexta-feira.
Parabéns pelo blog. Do ex-inaciano ('76),
Rodolfo.

Elder Braga disse...

Rodolfo, a verdadeira briga, no meu entender é entre as equipes continentais européias (como Ferrari e Reanult) e as inglesas. Curiosamente, Mosley, um inglês, tem sua base de apoio nos clubes franceses e italianos e as equipes inglesas encontraram apoio nos fabricantes alemães e japoneses... A pressão de Mosley é por uma F1 mais equilibrada e permitindo pequenas equipes competitivas. Do outro lado, os grandes fabricantes (menos Renault) apoiados pelas grandes equipes inglesas, querem uma F1 que seja um show room de novas tecnologias. No caso do Kers, por exemplo, Honda e Toyota pressionam por utilização ilimitada e uso de qualquer meio híbrido, sem limitação de fornecedor...